Afiando o machado
Num reino distante vivia um jovem desportista e presunçoso que
colecionava desafios e vitorias.
Invencível
em inúmeras modalidades havia uma que ele não dominava:a arte de cortar
árvores.
Naquele reino as árvores precisavam ser cortadas quando atingiam
uma boa altura pra que se renovassem ainda mais bonitas.Na verdade,era uma poda
constante.
Decidido a ser campeão também nisso,o jovem procurou um velho sábio,o melhor em
derrubar árvores.
O velho
aceitou treinar o jovem.
Diariamente
eles treinavam e o jovem crescia em habilidade e agilidade.
Numa manhã ensolarada,o jovem derrubou mais de cinqüenta árvores em poucas
horas.Diante disso o velho declarou o jovem Mestre em derrubar árvores e
entregou-lhe seu certificado.
Por alguns dias,o jovem se sentiu satisfeito com o título.Porém,em todo o reino
o mais procurado e admirado na arte de derrubar árvores continuava sendo o
velho.Ele era o único a possuir o machado de ouro, o grande troféu do reino.
O tempo não deixava o espírito do jovem sossegar e por isso,teve uma idéia:”Vou
propor ao velho um desafio! Quem de nós cortar mais árvores será o novo
Mestre”.
E assim pensando,procurou o velho que mesmo admirado,aceitou o desafio.
Numa tarde,sob o olhar de diversas pessoas do reino,o desafio foi lançado:
aquele que até o pôr-do-sol derrubasse mais árvores,seria o vencedor.
O jovem cortava incessantemente.O velho,nem tanto.
Sempre que o jovem olhava para o velho o encontrava sentado.
Chegou a rir de sua idéia.Tão fácil... E assim, com este pensamento,esqueceu o
velho e concentrou-se nas árvores.
Quando o sol se pôs e o jovem olhou o montante de troncos que o velho derrubara
achou muito... Talvez fosse impressão.
No entanto,á medida que ia cortando os troncos decepados,mais
evidente ficava que o velho havia ganhado.
-Como pode
ter sido,Mestre?
-Por
que você está tão surpreso,filho?
-porque
sempre que eu olhava,o senhor estava sentado,descansando...
-E eu
parecia cansado?
-Pensando
bem,não.
-Meu
filho,não julgue pelas aparências.Eu não estava descansando. Apenas amolava meu
machado.
Amolar o machado equivale á preparação em tudo o que fazemos na
vida.A
aprendizagem é contínua e infinita.Ninguém nunca saberá tudo.Quem se julga
especialista se acomoda e fica estagnado.
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